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Trump vs Big Law: uma ameaça real ao Estado de Direito Americano

O Estado de Direito nos Estados Unidos enfrenta uma ameaça sem precedentes. A partir de sua segunda posse, Donald Trump iniciou uma série de ataques sistemáticos contra grandes escritórios de advocacia e contra o próprio sistema judiciário. Sua alegação é clara: as instituições legais foram “armadas” por adversários políticos, colocando em risco os pilares fundamentais da democracia americana.

Uma escalada autoritária em marcha

Trump não demorou a agir. Já nos primeiros dias de seu novo mandato, criou o grupo de trabalho sobre “desarmamento do governo federal”, liderado por Pam Bondi, nova procuradora-geral. O grupo mirou diretamente nomes como Jack Smith, Alvin Bragg e Letitia James, acusando-os de perseguições políticas disfarçadas de investigações judiciais.

Ordens Executivas: uma ofensiva contra a advocacia independente

Entre as ações mais controversas estão cinco ordens executivas contra escritórios como Paul, Weiss, Perkins Coie e Jenner & Block. Os motivos? Defender Hillary Clinton, trabalhar com promotores que o investigaram ou simplesmente manter políticas de diversidade. A retaliação incluiu:

  • Perda de contratos com o governo
  • Revogação de credenciais de segurança
  • Ameaças a contratos dos clientes dessas firmas

Trump chegou a afirmar que “quase todos os grandes escritórios de advocacia” estariam cometendo condutas antiéticas.

O impacto direto sobre o sistema jurídico

A reação foi imediata. Três dos escritórios atacados entraram com ações contra o governo federal e obtiveram liminares. Destaque para o memorando de Paul Clement representando WilmerHale, com 57 páginas detalhando violações constitucionais dos direitos de seus clientes.

Enquanto isso, Andrea Lucas, presidente interina da Comissão de Oportunidade Igual de Emprego (EEOC), exigiu relatórios internos de diversidade de 20 grandes escritórios, colocando em risco o sigilo profissional — um dos pilares éticos da advocacia.

Big Law sob cerco

Escritórios com centenas ou milhares de advogados e lucros milionários por sócio tornaram-se alvos principais. Esses “gigantes legais” representam a elite jurídica americana, envolvidos em contratos governamentais, lobby e negócios corporativos. Agora, seu maior ativo — o acesso a círculos de poder — se transforma em vulnerabilidade estratégica.

O que está em jogo

Se Trump conseguir enfraquecer a independência dos advogados e moldar o sistema legal conforme seus interesses, os efeitos serão devastadores. A liberdade de expressão e o direito de defesa tornam-se peças decorativas em um cenário onde o medo e o autoritarismo substituem o devido processo legal.

Conclusão

O que antes era uma crítica à ética individual dos advogados agora se transforma numa guerra declarada contra a estrutura jurídica americana. A democracia, como conhecemos, está em risco — não apenas pela conduta de um homem, mas pelo silêncio cúmplice de quem deveria ter se levantado quando ainda havia tempo.

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