Em um avanço tecnológico que pode redefinir o futuro da computação, pesquisadores chineses desenvolveram um processador quântico supercondutor que é um quadrilhão (10¹⁵) de vezes mais rápido que os supercomputadores mais potentes do mundo. O protótipo, chamado “Zuchongzhi 3.0”, foi criado pela Universidade de Ciência e Tecnologia da China (USTC) e representa um marco significativo na corrida pela supremacia quântica.
O que é o Zuchongzhi 3.0?
O Zuchongzhi 3.0 é um processador quântico de 105 qubits que utiliza tecnologia supercondutora. Ele foi projetado para realizar tarefas complexas em tempo recorde, superando até mesmo os melhores supercomputadores clássicos. Em um teste de benchmark amplamente utilizado, o chip completou uma tarefa de amostragem de circuitos quânticos aleatórios (RSC) em apenas algumas centenas de segundos. Para comparação, o supercomputador Frontier, o segundo mais rápido do mundo, levaria 5,9 bilhões de anos para realizar a mesma tarefa.
Supremacia quântica: o que isso significa?
A supremacia quântica é alcançada quando um computador quântico realiza uma tarefa que seria impossível para um computador clássico. O Zuchongzhi 3.0 rivaliza com a mais recente QPU Willow do Google, que também reivindicou a supremacia quântica em dezembro de 2024. No entanto, especialistas alertam que o benchmark RSC utilizado favorece os métodos quânticos e que melhorias nos algoritmos clássicos podem reduzir essa vantagem.
Investimentos e impacto global
A China é considerada um dos maiores investidores em computação quântica, com estimativas de mais de US$ 15 bilhões investidos até o início de 2025. Daniel Haro, Head de Tecnologias Emergentes do Venturus, destacou a importância dessa conquista, mas também alertou sobre a necessidade de cautela ao interpretar os resultados. “O RSC é um problema irrelevante para a humanidade. Serve apenas para testar a capacidade do processador quântico”, explicou Haro.
O futuro da computação quântica
Embora o Zuchongzhi 3.0 represente um avanço impressionante, a computação quântica ainda está longe de substituir os computadores clássicos. A tecnologia enfrenta desafios significativos, como a necessidade de operar em temperaturas extremamente baixas e a dificuldade de corrigir erros quânticos. No entanto, o progresso contínuo nessa área promete revolucionar setores como criptografia, inteligência artificial e simulações científicas.
Conclusão
O desenvolvimento do Zuchongzhi 3.0 pela China marca um novo capítulo na história da computação quântica. Enquanto os pesquisadores celebram essa conquista, o mundo aguarda ansiosamente para ver como essa tecnologia será aplicada em problemas reais e como ela moldará o futuro da tecnologia global.
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