Incidente em voo da Azul expõe falhas no treinamento militar e protocolos de segurança
Um episódio grave envolvendo dois militares do Exército Brasileiro abalou a rotina do Aeroporto de Santa Maria (RS) no último domingo (6). Um sargento e um capitão, que estavam a caminho de um curso no Rio de Janeiro, foram retirados à força de um voo da Azul Linhas Aéreas após uma tentativa de abertura da porta de emergência do avião modelo ATR 72, ainda durante o taxiamento para decolagem.
O que realmente aconteceu a bordo do voo Azul?
Testemunhas relatam que o sargento, sentado próximo à saída de emergência, manipulou o mecanismo da porta por volta das 11h30, quando a aeronave já se preparava para levantar voo. A ação:
- Interrompeu imediatamente os procedimentos de decolagem
- Acionou os sistemas de segurança da aeronave
- Gerou pânico entre os passageiros
- Obrigou a tripulação a reiniciar todos os checklists de segurança
As contradições nas versões
Enquanto o militar alegou ter se “apoiado acidentalmente” no dispositivo, especialistas em aviação consultados pelo Se Informe Brasil destacam que:
- As portas de emergência exigem ação deliberada para abertura (média de 6kg de força)
- O procedimento correto seria acionar a tripulação em caso de dúvidas
- A Azul mantém instruções claras em vídeo e cartilhas sobre o assunto
Impactos operacionais e jurídicos
O incidente causou um atraso de 2h10min no voo AD4008, afetando 72 passageiros. A Polícia Federal foi acionada e:
- Os militares prestaram depoimento por 40 minutos
- Foram liberados sem medidas judiciais imediatas
- O caso foi registrado como “incidente operacional”
Posicionamento das instituições
A Azul emitiu nota classificando o ato como “indisciplina grave”, enquanto o Exército – que já enfrentou críticas por casos similares em 2023 – mantém silêncio. Especialistas apontam que:
- Militares em missão oficial deveriam ter conduta exemplar
- O episódio pode gerar processo administrativo interno
- Há precedentes de punição por danos à imagem das Forças Armadas
Entenda os riscos reais
Engenheiros aeronáuticos explicam que a abertura em solo não causaria despressurização, mas poderia:
- Danificar estruturas da aeronave (custo médio de R$ 80 mil)
- Ferir passageiros próximos à saída
- Comprometer os sistemas de evacuação
Dados da ANAC mostram que incidentes com portas de emergência aumentaram 22% em 2024, com multas que podem chegar a R$ 20 mil por passageiro infrator.
Comentar com Facebook